sábado, 5 de agosto de 2006

tempus de escrita

A arte de escrever é tão simplesmente a arte mais nobre. É perpetuar vulcanicamente o poder de pensar. Vejam a distinção entre o pensar e o sentir.A arte de escrever transmite, por sinais codificados pela mente humana, gravações físicas no papel e noutros materiais - marcações estas que se destinam ao sem destino, e permitem a realização de um fenómeno que, projectado no tempo, se torna básico, que é a interiorização, nas suas expressões mais diversas como a introspecção e a reflexão. São , sem dúvida as variantes determinativas do comportamento. Consegue ser apropriada e personalizada pelo receptor. No tempo em que ainda é feitura, isto é, na sua metamorfose embrionária, a escrita está gravar uma diabólica e desesperada luta de confusões, onde pugnam o pensar e o sentir. Na mente do escritor correm raciocínios que são milionesimamente reduzidos a ideias simplificadas, a ideias menos confusas e, portanto, menos confundíveis com a confusão natural dos leitores. A mente do escritor é um universo de ideias que, toscamente se compara a uma palavra num texto de página cheia.Imaginem estar a perceber, naquelas letras, a mente de alguém que maquina um enredo, que maquina o sentir, no fundo...que sonha! O sonho é, na verdade, o esgotar -se na perfeição de uma arte, enquanto "sentir".

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